Princípio 9 do Tratamento Eficaz na Área de Dependência Química

Por Glacy Calassa

O nono princípio fala de comorbidades, fator que faz com que os casos se tornem de alta complexidade.

Olá pessoal, estamos falando dos 13 princípios do tratamento eficaz que foram desenvolvidos pelo NIDA – National Institute on Drug Abuse, a partir de evidências científicas. Hoje vamos falar do nono princípio, se você não viu os anteriores clique aqui.

O nono princípio fala de comorbidades, fator que faz com que os casos se tornem de alta complexidade. Deixa-me explicar melhor esse termo, comorbidade é uma palavrinha que indica que uma pessoa tem uma ou mais patologias ao mesmo tempo. Sendo que os sintomas e características de cada doença pode agravar a outra, o que torna o diagnóstico e tratamento bem complexo.

É muito comum que indivíduos com dependência de álcool e outras drogas tenham outros transtornos associados, como por exemplo, depressão, transtorno de ansiedade, esquizofrenia, transtornos de personalidade ou outros.

Vou dar um exemplo, imagine um caso de um jovem com transtorno do espectro autista, em um grau leve, que nunca foi devidamente diagnosticado. Esse indivíduo começa a fazer uso de álcool ou outras drogas. Somado a isso, entra em um quadro depressivo por não conseguir se compreender e nem ter a compreensão da família sobre o que acontece com ele. A família pode iniciar o tratamento com a queixa inicial da droga e alegando que todos os problemas de isolamento social do garoto são devidos às drogas. Contudo, isso não é verdade! Esse rapaz vai precisar de intervenções bem específicas para o seu caso, que vão além da dependência química. Ele tem três patologias que estão influenciando-se e não adianta olhar e tratar somente uma.

Um erro grande que acontece nesses casos é quando a equipe profissional se concentra somente na dependência e não avalia nem trata corretamente os transtornos coexistentes. A comorbidade altera a sintomatologia, faz com que o diagnóstico exija mais atenção dos profissionais e pode alterar a forma de tratamento e o prognóstico. Se não houver a correta identificação e tratamento, não haverá melhora no quadro.

Por isso, a grande regra é AVALIAÇÃO! Deve-se sim concentrar grande esforço na avaliação minuciosa de cada caso, para que o tratamento seja verdadeiramente eficaz.

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