Por Glacy Calassa
NÃO EXISTE QUANTIDADE DE DROGAS SEGURAS PARA ADOLESCENTES!
No dia da mentira não tem como deixar de pensar em uma mentira muito contada e replicada pelos adolescentes: a ingestão de pequena quantidade de álcool ou drogas, não faz mal. Isso é MENTIRA! NÃO EXISTE QUANTIDADE DE DROGAS SEGURAS PARA ADOLESCENTES!
Esse ponto precisa ser seriamente discutido com todos aqueles que trabalham com adolescentes. É fato consolidado de que muitos jovens já fazem uso de alguma substância psicoativa, mas é necessário alertar que essa história de “pequena dose” segura para os adolescentes é MENTIRA.
O adolescente ainda está com seu corpo em formação. A área do cérebro responsável pelo planejamento executivo e controle inibitório ainda está em desenvolvimento. Se nesse momento, tão crucial para o desenvolvimento do indivíduo, ele faz uso de álcool ou drogas, isso pode prejudicar seu cérebro de forma funcional e estrutural. NÃO EXISTE QUANTIDADE DE DROGAS SEGURAS PARA ADOLESCENTES!
Mas tenho certeza que muitas pessoas estão com a pergunta na ponta da língua: ok, pode não existir para adolescentes, mas e para adultos, existem doses seguras?
Sabemos que o uso de qualquer substância psicoativa traz danos em maior ou menor grau, dependendo do potencial da droga, de sua forma de administração e do sujeito que está utilizando. Sem sombra de dúvidas, apesar de existir sim um prejuízo ele é maior nos adolescentes, por isso esse é o tópico de hoje.
Dito isso, vem a pergunta que não quer calar: mas como fazer para evitar? Como formas de prevenção pode-se investir nos fatores de proteção desse jovem, fortalecendo-os. Ou seja, incentivar nesse jovem a religiosidade, o engajamento em projetos sociais, o esporte, lazer e cultura. Isso mesmo, parece conselho antiquado de avó, mas é fato! É protetivo a criança estudar, praticar esporte, frequentar uma igreja e ter amizades saudáveis.
Já que estamos falando de mentira, aqui vai mais uma mentira: “essa questão de drogas faz parte da adolescência, logo passa”. Mentira! Nem sempre é assim, na grande maioria das vezes não passa se não houver uma intervenção. Além do mais, os comportamentos de risco que ocorrem nesse momento podem deixar graves sequelas que estão além daquelas advindas do uso de drogas, como por exemplo, comportamento sexual de risco, violência e direção perigosa. Ou seja, não dá para deixar para lá, a vida é muito preciosa e não podemos correr o risco.
Para aqueles adolescentes que já fazem o uso, muitas vezes abusivo dessas substâncias, a família começa a observar os impactos da droga no comportamento do jovem. Esse indivíduo perde o controle inibitório e começa a apresentar uma série de comportamentos inconsequentes, que advém não só da imaturidade desse cérebro, mas também pela interferência que a droga causa em seu pleno funcionamento. Em casos como esse vale a pena, além de tudo que foi citado, o diálogo aberto, a demonstração de afeto e a busca de ajuda especializada. O tratamento sério e com base em evidências científicas é o que mais pode ajudar nesse delicado momento.
Fica a dica pessoal, vamos proteger nossos adolescente e garantir uma geração saudável, sem danos cerebrais. É função dos adultos da sociedade, sejam eles familiares, profissionais, vizinhos ou líderes religiosos, cuidar e proteger as crianças e adolescentes.