Princípio 7 do Tratamento Eficaz na Área de Dependência Química

Por Glacy Calassa

Infelizmente atualmente, muitos profissionais e até mesmo instituições que dizem fazer tratamento, afirmam que são contra o uso de medicamentos.

Olá pessoal, estamos falando dos 13 princípios do tratamento eficaz que foram desenvolvidos pelo NIDA – National Institute on Drug Abuse, a partir de evidências científicas. Hoje vamos falar do sétimo princípio, se você não viu os anteriores clique aqui.

Hoje vamos falar do princípio 7, vamos falar sobre medicamentos. Infelizmente atualmente, muitos profissionais e até mesmo instituições que dizem fazer tratamento, afirmam que são contra o uso de medicamentos. É muito comum ouvirmos pacientes dizerem que foram para uma instituição de acolhimento e lá orientaram a parar a medicação. Fico pensando o que se passa na cabeça de um profissional para falar isso para uma pessoa que está em tratamento, em estado de sofrimento profundo.

Medicamentos são um elemento importante de tratamento para muitos pacientes. Inclusive, em alguns casos simplesmente não é possível tratar sem o auxílio do psiquiatra e das medicações. Claro que a medicação sozinha não tem o efeito esperado, mas quando combinadas com aconselhamento e outras terapias comportamentais, o resultado é excelente! Existem inúmeras pesquisas, no mundo inteiro relacionadas a diversos medicamentos que auxiliam no tratamento. Então pessoal, vamos nos informar corretamente! E quem não quiser ajudar, pelo menos não atrapalhe!

Na grande maioria dos casos iremos ter comorbidades importantes ou mesmo sequelas do uso contínuo e pesado. Sem falar na desintoxicação, principalmente no caso da dependência de álcool, que não pode ser feita sem a presença de um médico, pois dependendo da gravidade, há risco de morte. Assim, repito que o tratamento deve ser interdisciplinar. Profissionais, não caiam na besteira de acharem que sozinhos irão dar conta desse fenômeno tão complexo que é a dependência química. Não damos conta sozinhos, precisamos de outros profissionais, precisamos de equipe interdisciplinar, por mais que sejamos bons e altamente capacitados, não sabemos de tudo e nem de todas as áreas, não somos onipotentes. E não tem problema algum nisso, ao contrário, que bom que existem as várias especialidades para nos ajudar.

Aos pacientes e familiares, um conselho: cuidado com profissionais que acreditam serem salvadores. Tenho muita desconfiança com esses discursos, geralmente não são pessoas com conhecimento técnico na área e agem baseadas no senso comum. Infelizmente, na área da dependência química, tem muito isso, senso comum! Gente, não dá! Todas as pesquisas, as recomendações internacionais e principalmente, a experiência, nos mostra que o trabalho interdisciplinar gera mais efeitos positivos e duradouros.

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